Artigo: Whatsapp – Defender ou não o bloqueio?

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Ontem houve novamente o bloqueio do Whatsapp pela justiça brasileira em todo o território nacional. De um lado temos os interesses da população que usam o aplicativo para negócios e na sua vida pessoal, de outro lado temos as necessidades de segurança nacional.

O bloqueio ocorreu pois não houve colaboração do Facebook (detentor do Whatsapp) na entrega de informações para uma das investigações de tráfico de drogas que está em andamento. Devemos ter o interesse ou não neste bloqueio? Como ele nos afeta direta e indiretamente?

Vamos direto ao foco do assunto! Somos diretamente afetados com este bloqueio, fato.

Deixamos de usar por algumas horas um dos maiores meios de comunicação online deste país, nos sentimos mais uma vez desproporcionalmente crucificados pela justiça, pagando pelos maus atos de algumas pessoas e pela falta de recursos que as autoridades possuem para que a interceptação ocorra e esse bloqueio não ocorra.

Infelizmente, terei que defender o bloqueio neste caso por uma simples razão que não concordo: o buraco é lá em cima! A criminalidade está em alta, os recursos e aquisições para os Órgãos Públicos em baixíssima ou nula aprovação, pois estamos tentando pagar nossos servidores (o RJ é um dos exemplos). Então estou defendendo penalizar a população por um erro de administração governamental, correto?

É uma das formas de enxergarmos este ponto, que não discordo, porém gosto de ver este assunto com um ângulo diferente, se este bloqueio ou investigação parar ou não ocorrer nós estaremos diretamente e indiretamente sofrendo com os males das drogas nas ruas.

Também sou usuário do Whatsapp e não me incomodo em trocar por outro, pois possui os mesmos recursos e fornece as informações necessárias para as autoridades nas investigações. É uma questão de comodidade trocar ou não. Mesmo que criptografado, é possível que o Whatsapp forneça as informações às autoridades, pois também é de interesse deles colaborar.

As tecnologias de interceptação são muito restritas a níveis governamentais e desenvolvidas por empresas em países de primeiro mundo. Infelizmente não temos este desenvolvimento verde-amarelo, o que nos faz obrigatoriamente gerar uma aquisição externa e com regulações governamentais.

A situação é realmente complicada e estamos pagando o pato, sem dúvidas!

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FABIO TOMASPOLSKI – Brasileiro, naturalizado israelense, Comandante de Esquadrão na Reserva do Exército de Israel, Unidade de Engenharia de Combate. Especialista formado em segurança aeroportuária, aviação civil e segurança de dignitários pelo Serviço de Segurança de Israel (ISA). Atuou como Consultor do “Novo Projeto de Proteção do Presidente Panamenho” (Ricardo Martinelli) e construiu do projeto de segurança da família Krempl na Eslováquia. No Brasil, atua como consultor e gestor de projetos de segurança pessoais, patrimoniais, inteligência, prevenção de perdas e compliance na “A Merkavah”. Tem como grande destaque criação e idealização do projeto de Prevenção de Perdas e Segurança de canteiros de obras da Tecnisa S.A. incluindo o Jardim das Perdizes.

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