Transformando descobertas em aprendizagens – Parte I
Diferente do modo como operam as forças em diferentes regiões do país promovendo periódica movimentação do efetivo militar dentro de todo território nacional, o trabalho na Antártica demanda uma permanência de maior tempo médio dos militares em suas respectivas posições, independente da regra de tempo de permanência.
Essa compreensão por parte das Forças e o esforço impresso para manter essa dinâmica diferenciada se deve ao fato de que o conhecimento adquirido durante as missões na região Antártica consome mais tempo em relação ao tempo de aprendizado em áreas do nosso território tropical, consequentemente, consumiria mais recursos financeiros.
Alpinista Antártico Nelson Barretta ao centro.
Todo aprendizado custa e quem investe nele são nossas autarquias com o recurso proveniente dos impostos pagos pelo cidadão. É limitado e se não houver parcimônia de uso, o recurso financeiro pode ser finito antes da conclusão de projetos de grande porte como se vê em muitas obras abandonadas pelo país.
Afim de otimizar o investimento de cada centavo e evitar que um processo de descobertas Antárticas recomece a cada troca de efetivo, a estratégia de se manter o conhecimento dentro de cada OM fazendo-se multiplicar entre os militares é um movimento natural e sábio.
A Força Aérea Brasileira promove frequentes instruções para novos pilotos do avião Hércules C-130 a cada voo Antártico. Aproveitando cada um dos 10 voos antárticos anuais, (6 durante o verão e 4 durante o inverno) a aeronave conta com até 4 pilotos de diferentes níveis de experiências que realizam treinos de pousos, aterrissagens e arremetidas na limitada pista antártica do aeródromo. Isso demanda uma permanência de tempo maior de pilotos e tripulações nos esquadrões que participam de missões em região antártica para que o conhecimento adquirido seja multiplicado.
Fonte: Nelson Barretta – Amigo da Marinha do Brasil e Alpinista Antártico